segunda-feira, 15 de novembro de 2010

O caso da Vila Planalto (II): o fim da picada

Minha amiga e leitora da Vila Planalto, em Brasília, fez um comentário na primeira postagem informando que nada aconteceu na obra interrompida e relatada em postagem anterior, no início de fevereiro deste ano.

Dessa época para cá, o governador do Distrito Federal de então esteve preso e foi chutado do poder, na onda do maremoto causado por escandalosa corrupção; o vice-governador assumiu e renunciou, atingido também pelas confusões; o presidente da Câmara Distrital, equivalente às assembleias legislativas estaduais, assumiu interinamente o governo e sumiu, sem nada fazer na continuidade da obra parada; o partido dos ex-mandatários foi fragorosamente derrotado nas eleições deste ano, no Distrito Federal e na maioria das demais unidades federadas.

Trata-se do fim da picada!!!

O que é mesmo fim da picada? Imagine-se perdido no meio de uma floresta fechada; é noite, chove torrencialmente, você está só, sem lanterna e sem mantimentos. Você caminha, sem destino, assustado com os ruídos misteriosos da mata, com os relâmpagos, o brilho dos olhos de animais selvagens espreitando e com os gestos ameaçadores das árvores (como nos desenhos animados de terror infantil).

Então você encontra os vestígios de um caminho; sem informações, segue uma das direções. Depois de caminhar durante dias, comendo raízes e frutas amargas, ou não comendo nada, podendo ser comido a qualquer momento, você chega ao final da trilha sem nada encontrar. Ou melhor, encontrou, sim. Encontrou o fim da picada!!