segunda-feira, 15 de novembro de 2010

O caso da Vila Planalto (II): o fim da picada

Minha amiga e leitora da Vila Planalto, em Brasília, fez um comentário na primeira postagem informando que nada aconteceu na obra interrompida e relatada em postagem anterior, no início de fevereiro deste ano.

Dessa época para cá, o governador do Distrito Federal de então esteve preso e foi chutado do poder, na onda do maremoto causado por escandalosa corrupção; o vice-governador assumiu e renunciou, atingido também pelas confusões; o presidente da Câmara Distrital, equivalente às assembleias legislativas estaduais, assumiu interinamente o governo e sumiu, sem nada fazer na continuidade da obra parada; o partido dos ex-mandatários foi fragorosamente derrotado nas eleições deste ano, no Distrito Federal e na maioria das demais unidades federadas.

Trata-se do fim da picada!!!

O que é mesmo fim da picada? Imagine-se perdido no meio de uma floresta fechada; é noite, chove torrencialmente, você está só, sem lanterna e sem mantimentos. Você caminha, sem destino, assustado com os ruídos misteriosos da mata, com os relâmpagos, o brilho dos olhos de animais selvagens espreitando e com os gestos ameaçadores das árvores (como nos desenhos animados de terror infantil).

Então você encontra os vestígios de um caminho; sem informações, segue uma das direções. Depois de caminhar durante dias, comendo raízes e frutas amargas, ou não comendo nada, podendo ser comido a qualquer momento, você chega ao final da trilha sem nada encontrar. Ou melhor, encontrou, sim. Encontrou o fim da picada!!

sábado, 11 de setembro de 2010

Contrariando Tiririca: RIC pior fica

RIC, como todos sabem, é a sigla de Registro de Identidade Civil, número que, originalmente, substituiria todos os demais (CPF, RG, PIS/PASEP, título eleitoral, carteira de habilitação e o escambau).

Este blog já divulgou duas postagens a respeito do tema:

http://incompetencianocotidiano.blogspot.com/2010/02/numero-unico-de-registro-de-identidade.html

http://incompetencianocotidiano.blogspot.com/2010/04/materia-competente.html

Esta é a terceira vez e, infelizmente, parece que não será a última, pois ainda estamos longe do fim da picada, por pior que pareça. A incompetência, tal como a distância à fronteira final do Universo, é incomensurável...

Pelo andar do andor parece que o RIC, se vier a vigorar em nosso País, não substituirá os demais “números de identificação” e, SIM, se somará a eles.

Estamos nos referindo à seguinte matéria publicada na edição de 9/9/2010 do Jornal do Senado (o trecho em vermelho é um destaque feito por este blogueiro):

Treze anos depois, nova identidade começa a sair do papel

As carteiras de identidade passarão a ser substituídas, a partir de dezembro, pelo registro de identificação do cidadão (RIC). Trata-se de um número único de registro de identidade civil — disponível por meio de um cartão magnético com a impressão digital e chip eletrônico — que promete pôr fim à necessidade de o brasileiro portar vários documentos.

A nova identidade, criada pela Lei 9.454/97, teve origem em projeto de lei (PLS 32/95) do senador Pedro Simon (PMDB-RS) e vai poder substituir, num só documento, os números do registro geral (RG), do cadastro de pessoa física (CPF), do título de eleitor e do PIS-Pasep, entre outros.

O senador explicou, por meio da assessoria, que o novo cartão deve simplificar a obtenção de documentos e sanar o problema com homônimos, uma vez que, além do conjunto de informações digitalizadas, conterá a impressão digital do portador.

Segundo o Ministério da Justiça, no novo documento serão incluídos, obrigatoriamente, nome, sexo, data de nascimento, foto, filiação, naturalidade, assinatura, impressão digital do indicador direito, órgão emissor, local e data de expedição, além da data de validade. Já os antigos números de RG, título de eleitor e CPF serão optativos, bem como o tipo sanguíneo e a condição de ser ou não doador de órgãos.

Constará ainda do novo cartão um código conhecido como MRZ (sigla em inglês para zona de leitura mecânica), uma sequência de caracteres de três linhas que agiliza, segundo informações do Ministério da Justiça, o processo de identificação da pessoa e das informações contidas no RIC.
Para armazenar e controlar o número único de registro de identidade civil e centralizar os dados de identificação de cada cidadão, o governo criou ainda o Cadastro Nacional de Registro de Identificação Civil.

Fonte:

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Matéria competente

Sobre o tema abordado na postagem deste blog em 12/2/2010 (Número único de Registro de Identidade Civil: um exemplo de como funciona o processo legislativo no Brasil), o jornalista Edson Luiz fez competente matéria publicada na edição de 30/4/2010 do Correio Braziliense, pagina 7, seção Brasil, intitulada Carteira “tudo em um” na luta contra o crime: Presidente Lula será apresentado hoje ao novo documento do cidadão brasileiro, o Registro de Identificação Civil, a propósito do assassinato de diversos adolescentes na cidade de Luziânia (Goiás), vizinha de Brasília, e outros casos policiais. O texto, na íntegra, da referida matéria, pode ser acessado neste LINQUE.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Onde foi mesmo que ocorreu um terremoto?

Após a catástrofe sísmica que vitimou o povo do Haiti, um país europeu, atendendo aos reclamos de sua população solidária, enviou equipes de apoio e socorro; só que em vez de seguirem para o Caribe foram para o Oceano Pacífico, pensando que o local fosse o Taiti.

Registros do fato:

http://www.youtube.com/watch?v=MQMP7d4Qqr4

http://www.youtube.com/watch?v=EjcfeRV2xkQ&NR=1

Como houve novo terremoto ali por perto, no Chile, em vez de uma longa e complicada viagem para o destino original basta se deslocarem diretamente para o leste que encontrarão um novo destino. Como o Chile é comprido, provavelmente não se perderão...

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Incompetências aqui, ali e alhures

Leitor deste blog, atento e competente, envia-me site com locais onde certamente existem casos sugestivos e atuais de incompetência, “comuns desde os idos de Adão e Eva”:

http://www.alovelyworld.com/index2.html

Segundo meu colaborador, o Velho Testamento, o Novo e os inúmeros Recentes estão cheios de exemplos dessa capacidade tipicamente humana. Segundo Charles Robert Darwin, o competente naturalista e cientista inglês, entre os demais seres vivos, quem não é competente não sobrevive. Só os incompetentes humanos sobrevivem e até fazem brilhantes carreiras...

Fico grato pela colaboração, das mais competentes, e deixo aqui a solicitação aos leitores residentes ou que tenham visitados os locais indicados, de envio de comentários sobre a ocorrência local de incompetências, notável ramo da antropologia social.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Matrícula escolar: complicação inadmissível

Leitora brasiliense (ver primeiro comentário na postagem anterior) recorre a este blog para relatar problema que não deveria existir.

Ela mora no Lago Norte, em Brasília, e tem duas empregadas domésticas: a mais velha é a protagonista do caso na Vila Planalto; a mais jovem, recém chegada de Juazeiro, Bahia, deseja completar seu curso de nível médio e concorrer a uma vaga numa das universidades locais.

Na fase das negociações contratuais, com a família da moça baiana, foi feita a promessa de que a jovem teria todas as facilidades para estudar. A futura empregadora comprometeu-se, inclusive, de fazer, via Internet, a inscrição para a matrícula no curso supletivo da rede escolar da Secretaria de Educação.

Chegando a Brasília, as boas-vindas no aereoporto foram complementadas com o comprovante de inscrição no processo de matrícula. Depois do horror da primeira viagem de avião, sozinha, a boa notícia deu-lhe nova vontade de viver.

Logo no primeiro dia útil lá foi a moça ao colégio pré-determinado matricular-se, vibrando, quando então ocorreu o problema. Depois de satisfeitas todas as demais condições (histórico escolar, certidão de nascimento, identidade, CPF e o escambau) apareceu a exigência absurda: atestado de residência.

Poderiam ser apresentadas, por exemplo, contas de luz e água. Mas como, se é o patrão quem paga essas despesas e é em seu nome que as faturas são emitidas? A patroa, que esperava fora do colégio, interferiu e orientou a jovem a apresentar a declaração de inscrição que havia sido enviada pelo Correio em nome da candidata à matrícula, como comprovante de residência. NÃO ADIANTOU!!!! A COISA NÃO SERVIA PARA TAL.

Seria necessária a ida do patrão a um cartório preparar um substitutivo, com toda aquela parafernália cartorial.

Resta perguntar: será que a educação é mesmo prioritária no Brasil? Será que a educação não é mais prioritária para as autorides? Como deverá proceder jovem de rua, sem família, sem residência, sem identidade, sem CPF e sem CEP se quiser sair da armadilha social em que se encontra? Seria necessário, talvez, forjar um assalto para ser matriculado numa escola da FEBEM? A propósito, haverá escolas na FEBEM? Haverá escolas, nos presídios, para “autoridades” fajutas?

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Um caso na Vila Planalto, em Brasília


Cidadã residente na Vila Planalto, em Brasília, recorreu a este blog, por e-mail, solicitando a divulgação de uma reclamação aos órgãos “competentes” dos quais, pelos canais também “competentes”, não recebeu qualquer atenção.

Ver no mapa: a estrada Hotéis de Turismo passa entre a Vila Planalto e uma área, na parte superior do mapa, onde estão localizados importantes clubes sociais, mansões de aluguel para festas, luxuosos e aprazíveis condomínios, hotéis de inúmeras estrelas e fora do mapa, a cerca de dois quilômetros à direita, o Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República.

Pois é; sobre a linha vermelha, e na sua continuação para a esquerda, o Governo do Distrito Federal está duplicando a pista. Na parte correspondente à linha vermelha, ao longo de cerca de 700 metros, a obra está quase pronta, porém segmentada, sem bocas de lobo, escoamento pluvial, acostamento e meio-fio. Nenhuma máquina ou pessoal trabalhando. Como o trecho quase pronto não está aberto ao tráfego, crianças brincam por ali, a pé ou com bicicletas. Como alguns motoristas querem andar mais rapidamente, invadem o canteiro de obras para aproveitar os trechos do piso da pista já concluidos correndo, em alta velocidade e desviando das irregularidas, como numa demonstração de direção maluca.
xxxxx
"Um Horror!!! E quando chove são dois horrores. Uma das poucas paradas de ônibus também é por ali: o terceiro de muitos horrores, não a parada, mas o sofrimento de ali se esperar por ônibus que nunca chegam. E quando chegam, mais horrores!!!!" (Expressões da reclamante).

Pronto, prezada amiga candanga: feito o registro.

Alguns detalhes interessantes sobre a história da Vila Planalto
(colhidos em pesquisas por meio do competente Google)

A Vila Planalto é, hoje, um bairro de Brasília, pertinho do Palácio do Planalto, sede da Presidência da República, da Praça dos Três Poderes e da Esplanada dos Ministérios.

Foi inicialmente um acampamento dos operários que construíram Brasília (minha correspondente é neta de cadango da época). Terminadas as obras, o pessoal ficou por ali mesmo e o que era tecnicamente uma invasão tornou-se um bairro, principalmente porque ali morou por muitos anos um ministro de estado, numa área conhecida por “Fazendinha”, na verdade uma invasão ministerial. Serviços públicos de luz, água, esgoto, telefone etc. proibidos pelas posturas “municipais” (no tempo em que Brasília era governada por prefeito) foram instalados na Fazendinha e arredores. A Vila Planalto começou, portanto, por causa de uma incompetência governamental. Hoje é localidade de classe média, com alguns imóveis da faixa abastada.

A Vila Planalto tem grande quantidade de restaurantes, muitos são bons, outros improvisados e arteanais. Consta que por ali uma galinha de cabidela é muito apreciada; com uma particularidade: do mesmo modo que nos restaurantes de luxo, em São Paulo, Paris, ou Nova York, o cliente pode escolher a lagosta a ser preparada, na Vila Planalto também acontece algo parecido: “Quero aquela galinha ali!”

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Número único de Registro de Identidade Civil: um exemplo de como funciona o processo legislativo no Brasil

Expressões realçadas (menos essa) são links que remetem a informações na Internet.

O processo legislativo em vigor encontra-se definido na Seção VIII da Constituição, em dez artigos, a partir do 59º.

Observação: esse primeiro link remete a uma página que este blog considera muito bem organizada, tanto que se encontra listada na seção Links Competentes como Legislação federal brasileira. Trata-se de “herança bendita” recebida de governos anteriores que o atual mantém adequadamente.

Primeira parte: de 1997 a 2009

Nossos legisladores gostam de inventar novidades, nem sempre bem avaliadas e formuladas, que se acumulam sobre os ombros e esgotam os bolsos dos cidadãos. De vez em quando tentam consertar alguma coisa aqui outra ali. Nem sempre dá certo, como no caso da Lei nº 9.454, de 7 de abril de 1997, que instituiu o número único de Registro de Identidade Civil. No site indicado vê-se o texto em vigor, com os vetos aplicados e as modificações introduzidas por lei posterior.

O texto original estabelecia, nos artigos 5º e 6º respectivamente: “O Poder Executivo providenciará, no prazo de cento e oitenta dias, a regulamentação desta Lei e, no prazo de trezentos e sessenta dias, o início de sua implementação”; “No prazo máximo de cinco anos da promulgação desta Lei, perderão a validade os documentos de identificação que estiverem em desacordo com ela.”

As previsões não funcionaram, exceto a tal de cinco anos, cujo prazo não dependia de ninguém, a não ser do fluir inexorável do tempo. De modo que, comicamente, a partir de 8 de abril de 2002, perderam a validade todos os números de registro vigentes, tais como RG, PIS/PASEP/FGTS, título eleitoral, carteira de habilitação e o escambau, inclusive, e principalmente, o ubíquo CPF. O Brasil não parou por isso, o “leão” não se intimidou e ninguém se importou, a tempo, com o incrível fiasco.

Certamente uma enorme “herança maldita” para um governo recém iniciado, mas nesse novo governo também ninguém se preocupou com o fato, se é que foi percebido.

O competente Google registrava, até há pouco tempo, quase 600 ocorrências encontradas com o argumento ["numero unico" identidade].

Supostamente por gozação de alguém na “sala do cafezinho”, no dia 9 de abril de 2002, no dia seguinte à “perda de validade de todos os documentos de identificação que estiverem em desacordo” com o citado diploma legal, foi dada entrada, no protocolo do Senado Federal, do projeto de lei PLS 76/2002 que estabelecia em seu artigo 1º: “É prorrogado, a partir de 8 de abril de 2002, por mais 5 (cinco) anos, o prazo previsto no art. 6º da Lei nº 9.454, de 7 de abril de 1997”. Na Câmara dos Deputados o projeto de lei do Senado, então com número PL-5297/2005, foi apensado a três outros em tramitação na Casa; as quatro proposições foram consolidadas e aprovadas como consta do Diário da Câmara dos Deputados de 3/6/2005, página 23107, no final da coluna 2; isso, mais de três anos depois do desastre devidamente constatado.

Apesar de debatida em ambas as casas do Congresso, a coisa não se transformou em lei e, portanto, não gerou consequências.

Segunda parte: de 2009 a 2010

Não foi encontrada informação sobre qualquer nova lei específica sobre o tema. No entanto, ocorreu uma solução tão brasileira quanto a jabuticaba: o presidente da República baixou a Medida Provisória 462, de 13 de outubro de 2009, estabelecendo providências relacionadas com o Fundo de Participação dos Municípios; nada a ver, portanto, com o número único de Registro de Identidade Civil. Nas interações com o Congresso Nacional para a elaboração da lei de conversão correspondente, surgiu a Lei nº 12.058, de 13/10/2009, envolvendo não só a MP citada mas também, de cambulhada, diversos temas em tramitação no Congresso, inclusive a questão relacionada com o Registro de Identidade Civil, que ficou assim resolvida nos termos do artigo 16, sem qualquer prazo ou providência específica.

Resolvida porque eliminou todos os prazos, mas não quanto aos objetivos que agora tanto faz serem daqui a pouco ou nunca. Parece molecagem. Ponto significativo da Lei 12.058/2009 é sua ementa, que dispensa qualquer comentário:

“Dispõe sobre a prestação de apoio financeiro pela União aos entes federados que recebem recursos do Fundo de Participação dos Municípios - FPM, no exercício de 2009, com o objetivo de superar dificuldades financeiras emergenciais; altera as Leis nos 11.786, de 25 de setembro de 2008, 9.503, de 23 de setembro de 1997, 11.882, de 23 de dezembro de 2008, 10.836, de 9 de janeiro de 2004, 11.314, de 3 de julho de 2006, 11.941, de 27 de maio de 2009, 10.925, de 23 de julho de 2004, 9.636, de 15 de maio de 1998, 8.036, de 11 de maio de 1990, 8.212, de 24 de julho de 1991, 10.893, de 13 de julho de 2004, 9.454, de 7 de abril de 1997, 11.945, de 4 de junho de 2009, 11.775, de 17 de setembro de 2008, 11.326, de 24 de julho de 2006, 8.427, de 27 de maio de 1992, 8.171, de 17 de janeiro de 1991, 5.917, de 10 de setembro de 1973, 11.977, de 7 de julho de 2009, 11.196, de 21 de novembro de 2005, 9.703, de 17 de novembro de 1998, 10.865, de 30 de abril de 2004, 9.984, de 17 de julho de 2000, e 11.772, de 17 de setembro de 2008, a Medida Provisória no 2.197-43, de 24 de agosto de 2001, e o Decreto-Lei no 1.455, de 7 de abril de 1976; revoga a Lei no 5.969, de 11 de dezembro de 1973, e o art. 13 da Lei no 11.322, de 13 de julho de 2006; e dá outras providências.”

Obs: em vermelho, a referência à primeira lei que tratou do Registro de Identidade Civil. O leitor poderá verificar do que tratam as demais leis modificadas na listagem da legislação federal.

Teria sido tão fácil...

A solução parece óbvia: adotar, imediatamente e sem qualquer protelações, o CPF, que já é usado por grande parcela da população, como o tal “número único”, com algumas adaptações e providências complementares:

a) no início de novas cidadanias: os cartórios de registro civil, em convênio operacional com a Receita Federal, atribuir um número de CPF para cada nova certidão de nascimento; idem com relação aos atos de naturalização de estrangeiros;

b) a Receita Federal preparar-se para a antecipação do fim da capacidade numérica do atual sistema de CPF (um bilhão, mais de cinco vezes maior do que a atual população brasileira).

c) adaptação do novo sistema ao caso de cidadãos que além do nome de batismo vierem a adotar o “nome social”, já existente em alguns estados e, nacionalmente, dependendo de aprovação de matéria em tramitação no Congresso Nacional, que “acrescenta o art. 58-A ao texto da Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973, que dispõe sobre os registros públicos e dá outras providências, criando a possibilidade das pessoas que possuem orientação de gênero travesti, masculino ou feminino, utilizarem ao lado do nome e prenome oficial, um nome social”.

Era isso. Desculpem-me, mas não tive competência para ser breve (homenagem ao Padre Antônio Vieira, competente escritor português, autor da magistral frase “Peço desculpar-me de ter sido longo, por não ter tempo de ser breve!”).

domingo, 31 de janeiro de 2010

Dignidade e altivez

O título desta postagem nada tem a ver com alguma obra da notável romancista inglesa Jane Austen; na verdade, talvez o melhor título fosse: Todo o mundo é incompetente, inclusive o Blogger... Sobre isso, não deixe de ler a primeira postagem (Objetivo do blog).

O blogueiro deste blog respeita e admira muito o Blogger, tanto que utiliza suas facilidades, entre tantas disponíveis, e até o recomenda na seção “Links competentes”. Quanto a isso, o blogueiro se julga competente...

No entanto, o competente Blogger cometeu algo incompreensível: censurou o Blog da Santa, dedicado à arte, cultura e política (verdades e mentiras), com uma constrangedora resalva não especificada; algo parecido com as “forças ocultas” alegadas por ex-presidente da República, em meados do século passado.

Santa, com muita dignidade e altivez, encerrou seu vitorioso e prestigiado site no Blogger e o transferiu para o Velho Mundo.

O leitor destas mal traçadas linhas poderá visitar o antigo Blog da Santa por meio deste link e avaliar se a sensura foi ou não competente (chegando lá, clicar no “aviso” ESTOU CIENTE E QUERO CONTINUAR); depois de deleitar-se com o blog antigo, é só continuar a deliciar-se com o novo blog (link).

Os blogs da Santa também estão listados em “Links competentes” deste blog.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

As Mãos de Eurídice

Os dois casos testemunhados pelo blogueiro, e relatados a seguir, nada têm a ver com o clássico monólogo de autoria de Pedro Bloch, médico foniatra e dramaturgo naturalizado brasileiro.

1) Na seção de padaria de grande supermercado: a atendente, com luvas estéreis, entre um atendimento e outro varre o piso, abre e fecha a tampa da lixeira, arruma caixas em baixo do balcão e realiza outras pequenas rotinas, com as mãos enluvadas. Chegando um cliente, empacota alguns pães com as mãos “protegidas” com as “mesmas” luvas e reinicia o ciclo de limpezas alternadas com atendimento.

2) Em consultório odontológico: a “assistente” do dentista necessita sair rapidamente para ir a outra sala da clínica. Sai com as mãos enluvadas, máscara de proteção e pantuflas. Algum tempo depois retorna, com os mesmos paramentos, e continua auxiliando o “médico odontólogo”.

Providência do blogueiro: informou à gerência do estabelecimento e da clínica e trocou de prestadores de serviços.

Mas já que foi usada a metáfora do título, o mínimo que se pode fazer é prestar uma homenagem ao competente dramaturgo Pedro Bloch, com os links abaixo:

Biografia de Bloch; As Mãos de Eurídice; representação da peça.

SAC – Serviço de Atendimento ao Cliente

Esse serviço está regulamentado pelo Decreto nº 6.523, de 31/7/2008 (texto), mas sua execução diretamente pelas organizações, ou por empresas terceirizadas, por meio do telefone, deixa muito a desejar. Quando o serviço é prestado diretamente, a principal causa dos aborrecimentos aos usuários é o treinamento deficiente dos atendentes. Quando o serviço é prestado por firmas terceirizadas, à falta de treinamento se soma a completa ausência de comprometimento do atendente com a empresa representada e, de cambulhada, com o reclamante.

Empresa de prestação de serviço público, com grande demanda em nível nacional, inicia seu atendimento por meio de máquina de responder, utilizando sistema de inteligência artificial – e ponham “artificial” nisso. No final do preâmbulo, a máquina “inteligente” fornece ao pobre diabo reclamante um número de protocolo, para servir de referência futura: um código com 15 algarismos; na casa dos quatrilhões, portanto. Provavelmente o presidente, os diretores e os principais executivos dessa empresa nunca recorreram ao seu SAC, para nada.

Recomenda-se aos gerentes de empresas que utilizam esse tipo de atendimento que façam de conta que têm um problema e tentem usar seu SAC, só para verem a qualidade do atendimento. De modo geral, recomenda-se aos gerentes de todos os níveis, de qualquer organização, que se coloquem no lugar de seus clientes e tentem obter uma informação em suas empresas sobre seus serviços; telefonem para seus gabinetes, com a voz disfarçada, e finjam um problema qualquer. Se o mau atendimento não for uma “política” da empresa ficarão, na maioria das vezes, surpreendidos com o péssimo serviço. A boa notícia é que poderão corrigir os problemas, se quiserem.

Felizmente há exceções; veja um caso de excelente atendmento em:
http://incompetencianocotidiano.blogspot.com/2011/08/um-caso-de-atendimento-muito-competente.html
















quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Objetivo do blog

Este blog tem o objetivo de registrar comentários sobre nosso dia a dia e os pequenos – infelizmente alguns são grandes – dissabores que sofremos por aí. É lógico que não são propositais – a maioria; são, antes, frutos de desatenção, de uma certa incompetência no trato de detalhes aparentemente sem importância, mas que, para as “vítimas”, são altamente inconvenientes. Um ou outro daria para se levar na esportiva. Mas são tantos...

De qualquer maneira, somos todos incompetentes em algo e deixamos, sem excessão, um rastro de pequenas incompetências onde os outros tropeçam e os lançam contra nossas mães que, afinal, procuraram ser competentes no preparo de seus filhos para, com competência, serem úteis à sociedade.

A propósito de incompetência, recomendo, se me permitem, a leitura de um livro extremamente competente sobre o tema:

Todo o Mundo é Incompetent-
e, Inclusive Você.

Título original: The Peter Principle

O título está assim mesmo na capa. Trata-se de sutil competência da editora: errou propositalmente na separação silábica da palavra incompetente para confirmar a tese.
Seu autor é o proficiente escritor e educador Laurence J. Peter; edição: Livraria José Olympio Edtora, (edições esgotadas).

Comentários, sobre a obra e seu autor, podem ser encontrados na Wikipédia no endereco (e link associado)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Incompet%C3%AAncia

A José Olympio não existe mais. Sua história esta resumida em
http://veja.abril.com.br/061206/p_136.html

Seus sucessores dariam extraordinária demonstração de competência se reeditassem a obra. Enquanto isso, “Todo o Mundo é Incompetente” pode ser encontrado no mercado de livros usados.

Eis uma lista:
http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&rlz=1I7GGLL_pt-BR&num=100&q=isbn+8503001411&btnG=Pesquisar&meta=lr%3Dlang_pt&aq=f&oq=

Eis a capa: